quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

MARÇO, MÊS DE EXPECTATIVA E ATIVIDADES

     Março será um mês intenso para meliponicultura do ES. No decorrer do mês ofereceremos três oportunidades - em lugares diferentes - para  trocar conhecimentos. Os eventos irão ocorrer ocorrer em Pedra Azul, Vitória e Linhares.  Além disso, iremos a Aracruz para uma importante reunião e continuaremos conversando com a PMV para dar sequência no estabelecimento de um plano de ação nos Parques da Cidade

 Fibria - 09/03: haverá uma longa reunião de Membros da Diretoria com representantes da empresa. Trata - se de uma parceria que está próxima de se consolidar. Nesse dia deveremos ter uma definição mais clara, mas se trata de convênio para implantação de um projeto de meliponicultura com produtores de orgânicos, e outras possibilidades.
      Com a cooperação, estaremos ainda, dando mais um grande passo para começar a formar um plantel de abelhas, e algum recurso para retornar em benefícios diretos, para os associados e para meliponicultura como um todo.

Pedra Azul - 12/03: acontecerá o Primeiro Encontro de Meliponicultura de Pedra Azul.  Na oportunidade haverá apresentações sobre: aspectos gerais da meliponicultura e ecologia, Uruçu capixaba, Caixas, Iscas e Alimentação. Neste dia inteiro de imersão será também conversado sobre um projeto de fundação de uma RRPN por parte do Instituto O Canal, destinada a ser também um santuário das abelhas nativas. Nessa RPPN será instalado nesse dia um meliponario que será utilizado pela AME-ES, e pelos associados.

Vitória  - 19/03: Encontro da AME-ES no Parque Botânico da Vale. Nesse encontro, além  de assuntos gerais relacionados aos interesses da associação, haverá também uma apresentação tratando do tema alimentação geral: xarope, bombom de pólen, pasta candi.

Linhares, 25/03:  II  MÓDULO DE MELIPONICULTURA -  Trata-se de continuidade do programa de implantação da meliponiculura na foz do Rio Doce. Será dada continuidade na formação dos moradores participantes, revisão e ampliação das colonias lá instaladas. Apresentação sobre alimentação artificial para abelhas e manutenção de colônias.










  

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

AME - ES E PMV VÃO COMEÇAR PROGRAMA DE MELIPONICULTURA EM CONJUNTO

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Parque da Fonte Grande Vitória
   
 A AME - ES vem dialogando com a Prefeitura de Vitória. Acreditamos que em breve poderemos começar a trabalhar a meliponicultura na capital em parceria com a Administração Pública. Apesar de não haver, ainda, nenhum termo de acordo oficial, as conversas se encaminham para um entendimento.

      Em 24 de janeiro fizemos visitas técnicas ao Parque da Fonte Grande e ao ao Parque Natural Vale do Mulembá. Fomos acompanhados por dois representantes da PMV, Paulo Rodrigues (quem nos convidou) e do Biólogo responsável, Felipe Bertholdi Fraga.
 
     O Parque da Fonte Grande possui 21,8 mil metros quadrados de área contínua de Mata Atlântica. Em seu ponto mais alto chega a 310 metros. Oferecendo uma bela vista Vista da Grande Vitória, atrai muitos vistantes, também pela natureza preservada.

   

Rogério Caldeira, Judismar Barbosa, Paulo Rodrigues (PMV), João Teixeira, Felipe Bertholdi (PMV)
    O Parque Natural Vale do Mulembá está situado no bairro Conquista. Conta com uma área de domínio público cercada e com segurança. Rico em Mata Atlântica, possui ainda uma área de pomar.  Na visita, percebemos de imediato a vocação do local para a meliponicultura.
 Mulembá conta com rica cobertura vegetal em 114 ha

   Em 17/02 realizamos um novo encontro: Uma reunião na Secretaria de Meio Ambiente (SEMMAN), desta vez incluindo Marco Bravo e Iara Gardenia Moreira. Ratificaram o interesse da PMV em trabalhar com a associação. 
       

Julio Barbosa, Felipe B. Fraga, João T. Santos, Marco Bravo, Rogério, Paulo Rodrigues 


       Sendo concretizada a parceria nos termos até agora conversados, um meliponario será montado nas novas instalações do Parque Natural Vale do Mulembá. Os usuários poderão utilizar o espaço para hospedar e manejar suas colonias quando necessitarem. A AME e a PMV desenvolverão, também, programas de educação ambiental com  escolas e a comunidade. 
    Também está sendo cogitado um ponto para instalação de uma uma lojinha. Poderemos também utilizar o espaço multiuso a ser construído para as atividades da associação. O referido espaço será compartilhado com outras entidades.
        
       Foi também solicitado autorização para que a AME-ES possa instalar iscas para que consiga ir formando um plantel de colonias para futura utilização em diferentes projetos.

        Ficou também conversado que a AME - ES desenvolverá em parceria com a PMV. dentro das possibilidades, um outro programa de meliponicultura contemplando moradores remanescentes na área dos Parques.

    A instalações de meliponarios como esse, e o que será instalado em Pedra Azul, são ações estratégicas da associação. É uma maneira da associação conseguir um número de colonias para poder fomentar a atividade, Seja com a instalação de meliponarios coletivos, ou repassando diretamente aos associados através de sorteios, por valores e outras possibilidades.

     Neste meliponario será possível, também, a realização de feiras, onde quem tenha colonias produtos e para repassar, e os que desejam adquirir poderão se encontrar.

     Confirmada  a loja, teremos dado mais um grande passo a favor dos criadores pois teremos o primeiro local para que possamos vender nossos produtos. O que vai facilitar adquirir caixa e outros implementos, Além de ser um ponto de contato para adquirir enxames.

     Aproveitamos a oportunidade para reforçar o nosso apelo com relação ao controle do horário de aplicação de veneno ("fumacê"). 

João Luiz Teixeira Santos.             
              

             


sábado, 18 de fevereiro de 2017

"O incrível resgate de 43 colmeias à beira da morte"


Uma equipe formada por associados da AME-ES, resgatou dezenas de ninhos em um muro que já vinha sendo monitorado  através do Conselheiro Thiago Branco, quem iniciou os primeiros resgates.

Com a situação do muro foi piorando, Thiago solicitou ajuda e os abelheiros partiram para a ação.

O muro já caindo oferecia risco. Foi derrubado no dia seguinte


A pedido do Blog, os guerreiros contaram a história: Gabriel Bouez começou os estudos a apenas seis meses, mas não fugiu da responsabilidade: 

 Ele explica que até pouco tempo não conhecia nada sobre meliponicultura:

- "Mas ainda bem que isso mudou, e graças ao meu amigo biólogo e amante das ASF, Nilton Emmerick, que me apresentou esse mundo maravilhoso das abelhas nativas! E desde então foi uma imersão profunda e de muito aprendizado, e quando percebi já estava completamente apaixonado por esses seres tão importantes... Quanto mais eu pesquisava a respeito do assunto mais me interessava, eis que surgiu em novembro de 2016 a oportunidade de assistir a uma palestra a respeito de pasto melífero promovida pela AME-ES e essa foi a primeira vez em que tive contato com a associação, e logo de cara já sabia que queria me associar também e assim o fiz. O que me colocou em contato direto com meliponicultores de todo o estado, um poço de aprendizado e experiência sem fim"... 

Em seguida, Gabriel Bouez revela a experiencia: 

"... Embora as condições climáticas não favorecessem o manuseio das colmeias... tínhamos que fazer o resgate ou as colmeias morreriam inevitavelmente... porém no domingo o clima deu uma melhorada... Estando melhor preparados e já com a experiência do dia anterior conseguimos otimizar o procedimento de resgate, contando ainda com o auxílio de mais dois associados, Vinícius Figueira e Paulo Henrique, que trouxeram mais caixas e ferramentas, além da ajuda também de alguns moradores da região... se interessaram pelo trabalho e ficaram felizes de nos ajudar, conseguimos então fazer a remoção de todas as colmeias já identificadas  no dia anterior, assim como novas colmeias que não havíamos visto. Foram dois dias inteiros de intenso trabalho e dedicação exclusiva, mas de imensa satisfação por poder salvar tantas colmeias na iminência da destruição. Ao final, metade das caixas com colmeias resgatadas foram doadas à AME-ES..., a fim de que sejam feitos trabalhos socioeducativos e de conscientização, a outra metade foi divida e realocada entre os heróis responsáveis pelo regate, incluindo os moradores  da região do muro que se dispuseram prontamente a nos ajudar, estes que terão o devido suporte e auxílio da associação no que diz respeito aos cuidados e manejo das abelhas, a fim de que a importância da preservação de nossas abelhas nativas seja repassada para o maior número de pessoas possíveis na região. 
Em minha breve vivência neste mundo das ASF essa foi com certeza a experiência de maior aprendizado e que nos coloca sempre em reflexão a respeito da quantidade de colmeias que se encontram na mesma situação de ameaça em muros ou barrancos espalhados pelo estado, assim como por todo o país. E que possamos expandir cada vez mais a nossa comunidade e conscientizar o maior número de pessoas possíveis, a fim de angariar cada vez mais anjos guardiões e protetores de nossas tão ameaçadas abelhas nativas sem ferrão!" 

Nilton Emmerick, também estava lá e explicou um pouco sobre a metodologia:

"O resgate aconteceu nos dias 3, 4 e 5 de fevereiro de 2017, em um muro que estava na iminência de cair, na cidade de Anchieta-ES.  A previsão para a demolição do muro e construção de um novo estava previsto para dia 6 de fevereiro de 2017, ressaltando a importância das ações emergenciais (resgate). Além disso, partes do muro já haviam desmoronado levando a morte de 3 colmeias na semana anterior. No local foram encontradas quase trinta colmeias de abelhas nativas. Dentre elas, a que apresentou maior abundância em número de colmeias resgatadas foi a Mirim-guaçu (Plebeia remota). Também foi encontrada uma colmeia de Jataí (Tetragonisca angustula), uma de Lambe-olhos (Leurotrigona muelleri)"...
...Participamos do resgate nos dias 4 e 5. No primeiro dia, a logística se deu da seguinte maneira. Organizamos todo o material necessário para o resgate e fomos para o local. Começamos, então, a identificar e marcar todas as colmeias que íamos encontrando. A marcação foi feita com um pedacinho de fita crepe colocado próximo à entrada de cada enxame. Neste dia, estávamos em 3 pessoas e só tínhamos 8 caixas prontas, portanto esse foi o número limite de colmeias resgatadas no dia. No segundo dia conseguimos confeccionar mais caixas, estávamos em maior número o que significou o resgate mais 17 colmeias.  
Cada resgate ocorreu da seguinte maneira: primeiramente, deixávamos próximo todo o material a ser utilizado para cada resgate. Em seguida, abríamos os blocos de concreto com o auxílio de martelos, marretas ou picaretas, tomando sempre o cuidado de não danificar a parte interna. Uma vez tendo acesso à parte interna do bloco, retiravam-se os discos de cria com muito cuidado, utilizando a faca para cortar as ceras estruturais e facilitar esse processo. Cabe ressaltar que sempre procurávamos pela rainha e caso ela não estivesse nos discos de cria, fazíamos uma busca pelo resto da parte interna do bloco. Se ainda assim não a encontrávamos, retirávamos, cuidadosamente, os potes de pólen e mel os quais estavam abarrotados de abelhas e que continham a rainha, caso não tivesse sido encontrada nos processos anteriores. Neste caso, sugamos com o sugador primeiro a rainha e depois todas as campeiras que conseguíamos, para posteriormente transferi-las para as caixinhas que eram vedadas com fita Kraft ou fita crepe. Os potes de pólen e mel eram então acondicionados nas sacolas alimentícias para posterior filtragem e reaproveitamento de cera. Ainda, no final da tarde, voltávamos aos blocos para resgatar as campeiras que haviam retornado da coleta do dia, com auxílio do sugador". 

Já Thiago Branco, foi diretamente responsável pelo salvamento. Não descansou enquanto não viu a situação resolvida. Ele reconhece o esforço e dedicação dos nossos associados:

  "só tenho a agradecer aos heróis que num esforço mutuo conseguiram salvar da destruição 43 enxames (em 8 meses de resgate). Todos os enxames do gênero trigona, entre as espécies: marmelada (Frieseomelitta varia), jatai (Tetragonisca angustula), lambe olhos (Leurotrigona muelleri), mirim guaçu (Plebeia remota).e uma quinta espécie que ainda não foi reconhecida.
Todos estes enxames permanecem na região de ocorrência (mata atlântica - ES), e sua grande maioria em torno do local retirado para que não prejudique a polinização da vegetação do entorno", Esclarece Thiago.

Isso um exemplo do verdadeiro sentido do termo resgate. É muito diferente de mera retirada de ninhos que não estão em risco que muitos denominam resgate.

 Foi necessário muito cuidado

Um muro com muita vida que se perderia

Mirim Guaçu





Postado por João Luiz Teixeira Santos - Presidente da AME - ES